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As funções de um andragogo

De acordo com Malcolm Knowles (1970), em sua obra ‘The Modern Practice of Adult Education’, o educador de adultos deve assumir algumas funções em sala de aula. São ações básicas, porém importantes, que irão distinguir o nível de engajamento e eficácia da formação.


Compartilho os pensamentos do “Pai da Andragogia” a respeito das funções de um andragogo, algo que todo educador deve considerar ao medir um programa de formação de adultos. As 6 principais, são apresentadas na página 22 deste incrível livro que vale a pena conhecer. Além do trecho retirado da obra, tomo a liberdade de acrescentar um comentário abaixo de cada função:


Diagnóstico

O educador deve ajudar os alunos adultos a identificar suas necessidades de aprendizagens particulares no âmbito da situação dada.



Sabemos que a maioria dos alunos adultos, entram em sala de aula sem o conhecimento de suas próprias necessidades diante do tema que será trabalhado.. “O que estou fazendo aqui? Para que e quando irei utilizar isso? Portanto, cabe ao educador ajudá-los a ‘olhar para dentro’, (praticando o autoconhecimento) e identificar quais são as necessidades, interesses e motivações diante do conteúdo proposto.


Planejamento

O educador deve planejar a sequência de experiências que construirá os aprendizados desejados, em colaboração com os alunos adultos.



Uma das premissas que Knowles defende é o envolvimento dos aprendizes adultos no planejamento das atividades que serão realizadas durante a formação (dinâmicas, avaliações, trabalhos em pares ou grupos maiores, conteúdo específico, etc.). Para ele, esse envolvimento prévio fará com que o adulto, além da tomada de decisões, enxergue um valor maior na experiência de ensino-aprendizagem.


Motivacional

O educador deve criar condições que farão com que os alunos adultos queiram aprender.



Particularmente, considero que essa é uma das funções mais importantes do educador de adultos: despertar o interesse dos alunos a todo momento. A função motivacional serve para que os educadores mantenham acesa, na turma de adultos, a ‘chama da curiosidade’ diante do tema. Mesmo aquele que está cansado, sonolento ou desatento, quando enxerga significado na aprendizagem, encontra motivação para contornar as dificuldades.


Metodológica

Para construir o aprendizado desejado, o educador deve selecionar os métodos e técnicas mais eficazes.


Muitos educadores se preocupam apenas com ‘o que ensinar’, mas Knowles nos alerta sobre o ‘como ensinar’. Não basta simplesmente escolher qualquer técnica ou ferramenta, e sim, definir os métodos que ativem a participação do adulto, tomando cuidado para não o afastar através dessa escolha.



No curso de Andragogia, gosto de sugerir a utilização da Sala de Aula Invertida, Tutoria entre Pares ou a Gamificação, tanto de maneira ativa, como passiva. A função do andragogo é utilizá-las de acordo com o perfil da turma, indo de encontro com as expectativas e motivações de cada aprendiz. É preciso ‘fazer sentido’!


De recursos

O educador deve fornecer os recursos humanos e materiais necessários para a construção dos aprendizados desejados.



Perceba que não se trata apenas de definir um conteúdo relevante e pensar nas melhores metodologias para cada turma. É preciso fornecer os recursos necessários para que a aprendizagem aconteça. Ah… e caso você esteja pensando… não falo somente de recursos materiais, como: slides, lápis e borracha, papel para anotação e acessórios para as dinâmicas. O próprio educador e especialmente, o próprio aluno, podem ser vistos como recursos, seja pelo conhecimento, experiências, ou tudo aquilo que viveu dentro e fora da sala de aula.


Avaliativa

O educador deve ajudar os alunos adultos a investigar os resultados das experiências de aprendizagem.



Por fim, destaco a avaliação continuada como um dos papéis do educador de adultos. Na andragogia, não faz sentido aplicar uma prova por aplicar, posteriormente anunciando o resultado: “você é nota 7!”. Os próprios alunos adultos precisam aprender a quantificar e principalmente, qualificar os seus resultados. Ou seja, observar o quanto evoluíram com os novos saberes adquiridos e os saberes anteriores, compartilhados. Desta forma, o processo de ensino-aprendizagem terá mais sentido, uma vez que o próprio aluno reconhece o seu desempenho, sem rótulos ou limitações.


Espero que você tenha gostado deste conteúdo e aprendido (um pouco do que há) sobre as funções de um andragogo.


Caso queira saber mais sobre Malcolm Knowles e os demais andragogos que marcaram a história da educação de adultos, saiba que temos o Curso de Andragogia. Para contribuir com estas reflexões, deixe nos comentários aquilo que você acredita ser também a função de um educador de adultos.

 

Para referenciar o artigo, utilizar:

Beck, C. (2021). As funções de um andragogo. Andragogia Brasil. Disponível em: https://andragogiabrasil.com.br/as-funcoes-de-um-andragogo/

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