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Training Within Industry - TWI

Olá, queridos leitores do Blog da Andragogia Brasil. O tema de hoje está totalmente relacionado com a educação dos adultos. Você já ouviu falar do programa de formação Training Within Industry? Traduzindo para o português, teremos algo como Treinamento na Indústria, ou seja, um programa de formação voltado aos trabalhadores que atuam no ambiente industrial.


O programa TWI foi desenvolvido nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, para treinar trabalhadores de linhas de montagem, com o objetivo de aumentar a produtividade, as habilidades e a segurança dos colaboradores. Muitas empresas adotam o TWI nas décadas de 40, 50 e 60. Vou trazer alguns exemplos: Ford, General Motors, DuPont, Chrysler, 3M, Firestone, Allied Chemical e tantas outras.


Em estudo divulgado pelo governo americano, das 600 empresas que participaram do programa TWI durante a Segunda Guerra Mundial:

  • 100% das empresas participantes reduziram o tempo de treinamento para novos funcionários em 25% ou mais,

  • 86% das empresas aumentaram sua eficiência em 25% ou mais,

  • 88% das empresas reduziram o consumo de mão-de-obra por produto em 25% ou mais,

  • 55% das empresas reduziram a escassez em mais de 25%,

  • 100% das empresas reduziram as reclamações em mais de 25%.

A ideia por trás do TWI era que os trabalhadores pudessem aprender a fazer um trabalho, com instruções básicas, sendo-lhes mostrado como fazê-lo. Ou seja, os trabalhadores aprendiam sobre pintura, depois disto, iam até o chão de fábrica e aplicavam os conceitos recém-aprendidos. Além disso, o programa buscava melhorar os relacionamentos internos entre os trabalhadores e identificar os métodos mais eficazes para a realização das tarefas.


Esta abordagem tem sido amplamente utilizada, desde então, por empresas em todo o mundo. Inclusive, os japoneses se interessaram pelo programa, fazendo com que muitas empresas japonesas adotassem o TWI em período pós-guerra. Vale destacar que o TWI inspirou o Sistema Toyota de Produção, conhecimento mundialmente pela sua eficácia.

 

Como funciona o TWI?


O Programa TWI é composto por 4 módulos:


Instrução de Trabalho (Job Instruction)

Relações de Trabalho (Job Relations)

Métodos de Trabalho (Job Methods)

Segurança de Trabalho (Job Safety)


Você encontra muito material disponível para leitura, portanto, vou focar em detalhar melhor o módulo de Instrução de Trabalho, que está totalmente ligado com a educação dos trabalhadores (e é a parte que nos interessa para esse Blog).


Existem diversas formas de aplicar o TWI, mas gosto de aplicar este módulo de Job Instruction da seguinte forma:

  1. Preparação do aprendiz: nesta etapa o instrutor irá realizar um diagnóstico daquilo que os trabalhadores já possuem de conhecimentos prévios e habilidades desenvolvidas, no intuito de conhecer os seus pontos fortes e fracos diante da atividade que irão assumir. Vale destacar que a etapa é muito importante, pois, o instrutor consegue identificar quais são os interesses e necessidades dos trabalhadores, assim como, quais são as suas experiências prévias para evitar uma instrução inadequada àquele público. Depois disto, o instrutor prepara os indivíduos aprendizes para a formação, apresentando os objetivos e critérios de êxito, deixando-os a vontade para fazer perguntas, integrando-os ao tema que será abordado e criando um bom clima de aprendizagem.

  2. Apresentação do trabalho prático: neste segundo momento, o instrutor irá apresentar a atividade que os trabalhadores irão desempenhar. Seja para colaboradores recém-contratados ou para aqueles que estão mudando de função, a ideia é apresentar o trabalho que será executado. Nesta etapa é muito importante fazer relações com aquilo que foi identificado na etapa anterior, que são as experiências prévias do trabalhador, uma vez que o TWI busca uma instrução rápida, objetiva e assertiva. Vale destacar que no programa de TWI o intuito não é apresentar tarefas complexas, pelo contrário. Isto significa que o instrutor deve dividir tarefas complexas em partes menores, ou seja, em atividades mais objetivas, para que os trabalhadores possam se concentrar em uma coisa de cada vez. O objetivo é não sobrecarregar o processo de aprendizagem, nem causar confusão no entendimento da atividade. Sendo assim, o instrutor deve apresentar aos alunos como cada passo se relaciona diretamente com o objetivo final da formação.

  3. Aplicação/experimentação da atividade: assim como várias outras metodologias ativas, nesta terceira etapa devemos incentivar os trabalhadores a aplicar e experimentar a nova atividade que irão exercer. Portanto, precisam ir até o chão de fábrica para aplicar os conceitos, a fim de verificar quais são as lacunas que ainda devem ser preenchidas. Se estão com dificuldade ao pintar, isso significa que algum conceito não foi muito bem compreendido ou que há uma dificuldade no desenvolver de uma habilidade. Assim que esse problema de aprendizagem é identificado, o instrutor poderá corrigir de imediato, personalizando o ensino de acordo com cada problemática identificada. Nesta etapa, o instrutor adota 3 atitudes básicas: sensibilidade, empatia e motivação. Os trabalhadores não são máquinas/robôs, portanto, o instrutor deve respeitar a capacidade mental e física de cada trabalhador, buscando instruí-los e envolvê-los em explicações com situações do cotidiano, que facilitem o entendimento daquilo que está sendo aprendido.

  4. Acompanhamento dos resultados: nesta última etapa, o instrutor acompanha os resultados, verificando o progresso individual e coletivo dos trabalhadores. Os objetivos foram cumpridos? Os critérios de êxito foram facilmente atingidos? Não devemos esquecer que na educação dos adultos, uma das premissas mais importantes é incentivá-los a desenvolver autonomia, Portanto, o trabalhador deve se sentir à vontade no exercer da atividade, confortável e estável, sem aquele sentimento de que está sendo avaliado, e sim acompanhado, para que tenha suporte, quando necessário. Nesta etapa, é muito importante que o instrutor continue incentivando as perguntas, fazendo com que os indivíduos se sintam bem à vontade para questionar caso encontrem alguma dificuldade no exercer da atividade.

 

Para finalizar este post, compartilho com vocês o que eu mais gosto neste programa TWI, principalmente na parte de job instruction. A intenção é estarmos livres de situações artificiais em sala de aula, ou seja, de conteúdos e exemplos que não atinjam os trabalhadores, que não sejam úteis e aplicáveis àqueles indivíduos. Vale destacar que essa é uma das premissas da andragogia.


Dentre as principais vantagens do programa TWI, na parte de formação dos trabalhadores, acredito que o fato de ser direcionado ao contexto do trabalho, faz toda a diferença. Assim como, na maioria das vezes, a comunicação é informal, bilateral e horizontal. Os trabalhadores aprendem fazendo e as experiências prévias são valorizadas neste contexto. Além disso, é uma formação muito mais barata, porque ela é rápida e objetiva.


Se você tem interesse em saber um pouco mais sobre o programa TWI ou quer capacitar a sua equipe conosco, entre em contato.


E-mail da Andragogia Brasil: contato@andragogiabrasil.com.br

Telefone: 41 99239-6063

 

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